segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O que leva um cidadão a decidir seu voto por um candidato? *


As vezes me pergunto o que leva um cidadão a decidir seu voto por um candidato? Pesquisando sobre isso, achei um artigo e o adaptei com algumas observações. Nesse artigo o autor observou por mais de um ano pesquisou planilhas dos resultados dos votos das eleições, notadamente proporcionais (vereadores e deputados), e usando o método do “geral para o particular”, conseguiu classificar o perfil dos candidatos eleitos, dos mais votados aos menos votados, buscando um perfil de suas respectivas inserções sociais e nível de influência na decisão do voto do eleitor, de onde pode estabelecer uma tabela de nível de eleitos de 1ª. até 7ª categoria. Entretanto, as seis primeiras com chances de ganhar a eleição. A tabela, por ordem de importância, pode ser assim classificada:

1ª. Categoria. Candidatos da Fama.
 A primeira e maior chance  de eleição, está com os candidatos famosos na sociedade, que atuam na mídia do rádio ou televisão, onde se incluem atletas, jogadores de futebol, comunicadores, cantores ou atores, desde que famosos junto ao povo e que detenham alta aprovação no índice de audiência de seus programas ou apresentações.

2ª. Categoria. Candidatos da Grana.
 Neste patamar está a turma que compra votos na eleição. É a turma da “grana” que se elege a peso de ouro. Esta categoria de candidato tem que ter muito dinheiro mesmo, pois o retorno do “investimento” em nível de votos ronda mais ou menos vinte por cento, ou seja; para cada cem votos comprados dá para contar com uns vinte votos na urna. Este jogo é pesado. Alguns buscam preencher o espaço vazio de suas vidas, outros buscam proteção da lei (com a imunidade parlamentar), para postergarem condenação na justiça, até por sonegação fiscal e outros crimes graves. Com o avanço da ficha limpa espero que esse grupo diminua.
Existem diversos exemplos, desde candidatos (milionários) a vereador até parentes de pessoas influentes financeiramente. Geralmente, eles se elegem sem trabalho nenhum junto ao eleitorado, se elegem com votação média, com altos investimentos em cabos eleitorais, larga folha de auxiliares (lideranças de bairros), e até presentes para as donas de casa, cestas básicas, e muita reunião com a famosa “lingüiça de campanha”, de terceira qualidade e bem barata.  
As vezes pode acontecer de gastar grana a granel na campanha e se eleger e assim.se livrar de processos em andamento na Justiça. Outras vezes fazem parcerias com alguma “igreja” em troca de alguma obra.  Por exemplo, ao lado da Igreja surgi uma construção enorme de um grande ginásio de esportes que nasce da noite para o dia...  O líder da igreja tinha feito um acordo com o dito candidato para a comunidade votar nele em troca do ginásio!  E assim foi feito o acordo, cumprido por ambas as partes.
Tem candidato que se elege e passa a ser protegido pela “imunidade parlamentar”, que era o que buscava para usar o cargo e negociar os impostos que devia para o Governo Federal e Estadual, sem ser processado. Portanto, fiquem atentos a candidatos que tem muito visual e dinheiro posto na campanha, pode ser um caso semelhante.

3ª. Categoria. Candidatos de Proposta Ideológica e Programática.
Neste patamar se encontram os candidatos que deveriam estar no 1º. Patamar, pois são os candidatos que acreditam em uma proposta política que é veiculada e propagada durante anos e anos. Demoram a convencer os eleitores já que seus nomes são construídos ao longo de anos. Perdem muita eleição até convencer o eleitor, pois a mídia pouco espaço lhes dá.
Acredito que minha candidatura se encontra nesse patamar.

4ª. Categoria. Nome famoso.
Esta chance de se eleger é para poucos, pois exige que o candidato tenha um pai ou tio famoso e popular que possa transferir seu prestígio para o parente próximo, filho, irmão, neto ou sobrinho.
Há alguns casos de que o filho não emplacou, o que põe em dúvida  o poder de transferência do voto do pai, que embora famoso, não pode estar desgastado. Temos também que considerar que o “afilhado”, tem que corresponder durante a campanha a um mínimo do que espera o eleitor dele. Caso contrário, mesmo famoso o nome do pai, o “afilhado” poderá não chegar ao poder.

5ª. Categoria. A Raridade do Milagre.
Quando acontece este fenômeno a eleição é favas contadas. É o chamado milagre ou fenômeno na eleição. Todos lembram da eleição de Enéas do antigo PRONA ou, ate mesmo mais recentemente, do Tiririca.
Algum candidato tem tantos votos que acaba puxando outro com votação bem menor. Esse é o candidato do “milagre.

6ª. Categoria. Candidatos da média.
Em último lugar se elegem os candidatos que possuem uma parcela de cada um dos itens acima, ou seja; possuem um pouco de fama pelo menos na sua inserção profissional, aparecem um pouco na mídia.
Possuem ou conseguem alguma grana para sustentar sua campanha política.
Conseguem se inserir de algum modo em movimento de caráter social, com proposta ideológica.
Possuem nome de família respeitável na comunidade.
Contam com uma ajuda quase milagrosa, como é o caso de um candidato que se filia em um partido de médio porte, sem candidatos de alta votação, e se elegem proporcionalmente com baixa votação, e assim chegam na disputa das últimas vagas, ou seja, ficam na “sobra” e  podem perder a vaga por poucos votos.

6ª. Categoria. “Burros de Carga”
São os demais candidatos que não se enquadram nestas categorias, seguramente não serão eleitos, mas podem ser classificados como suplentes, e seus votos só servem para ajudar os privilegiados candidatos encaixados nos seis critérios acima.
Geralmente os partidos os instigam, fazendo-os acreditar que tem chances ou que serão mais vagas do que uma previsão realista. São tratados como de segunda categoria pela maioria dos partidos.



É necessário registrar que os já eleitos e com mandatos, voltam sempre aos seus cargos, na proporção de 60% até 70% da composição de sua casa legislativa, pois estão em campanha permanente durante os quatro anos de sua legislatura.
Estas são as variáveis que dão a certeza de uma eleição em campanha política. É só guardar este artigo e conferir o resultado da próxima eleição.
Este ensaio foi fruto da observação do autor, sendo que continua balizando estas seis variáveis de possibilidades de um candidato se eleger, num país que ainda tem aproximadamente 72% de sua população classificados como “analfabetos funcionais e/ou políticos”, de acordo com os critérios das Nações Unidas.
Nossos políticos eleitos refletem a média cultural do nosso povo, o qual ainda vota com critérios de “desconstrução” do exercício da cidadania. No momento é o que temos em nossa realidade como resultado de nosso estágio cultural, em fase de frágil democracia, especialmente para os cargos do legislativo, quando a grande maioria da população não sabe em quem votar a menos de uma semana das eleições.

*Adaptado do texto de Lineu Tomass

Pode-se ainda conjecturar outras formas de decisão do voto, entretanto os eleitos geralmente estão enquadrados numa das seis categorias acima:
° voto de fã (artista, humorista, atleta, radialista,político, estar na mídia)
° voto de gratidão (aquele que já me ajudou)
° voto pela proposta (proposta de trabalho, proposta de governo)
° voto pela religião (faz parte da minha religião)
° voto de amizade e simpatia (conheço e gosto do candidato)
° voto de família (é primo,é tio, é irmão e família)
° voto de protesto (é contra o que esta aí – pior não vai ficar – é pra ficar pior)
° voto de categoria ( luta pelos aposentados, luta pelos metalúrgicos)
° voto calor humano (ele me cumprimentou, ele me abraçou)
° voto recompensa por perda (vou dar uma força, coitado, já é a quarta candidatura)
° voto do galã ou musa (é bonita, é lindo)
° voto de barganha ou troca ( se ganhar eu ganho, vai fazer)
° voto cabo eleitoral ( estou ajudando meu amigo cabo eleitoral, me pediu)
° voto de luta ( faz anos que vem lutando por esta causa)
° voto de respeito (é doutor, tem dinheiro, é importante)
° voto propaganda (essa musiquinha não sai da minha cabeça, só gravei esse nº)
° voto santinho ( achei o santinho no caminho da votação ou vi o numero num muro ou cavalete)
° voto comunidade ( mora no meu bairro, na minha cidade)
° voto partido ( esse é do meu partido)

OBS: "Se algumas pessoas não gostam de política, acham que todo político é ladrão, que não presta, não renunciem à política. Entrem vocês na política porque, quem sabe, o perfeito que vocês querem está dentro de vocês”.

 A política é muito importante, afeta nossas vidas, e deve ser prestigiada e ser adotada como profissão pelos melhores dentre nós. O Brasil precisa dramaticamente de bons políticos, e, felizmente, conta com um bom número deles. De homens e de mulheres dotados de espírito público, de compromisso com a nação, que, sem deixar de defender seus interesses legítimos, defendam também os do Brasil. Mas quando lemos os jornais, quando conversamos com os amigos, parece que ninguém presta. Definitivamente, não é verdade. 


Na maioria das vezes quando recebemos alguma forma de propaganda política rejeitamos sem ler. Eu até compreendo. Nossa política anda tão suja que virou sinônimo de politicalha. 
Entretanto, pergunto: - A política é algo necessário em nossas vidas?

Os mais céticos vão dizer: - Eu detesto política, tudo um bando de ladrão.

O mundo estaria em maus lençóis se todos acreditassem nisso. Justamente é isso que “eles” querem. Afastar os bons da política, pois ela domina as nossas vidas...queiramos ou não. Gosto muito daquele pensamento do Bertold Brecht: “O Anafabeto Político“, só pesquisar no Google...

Sou candidato porque acredito que a política é a melhor forma de ajudar a vida das pessoas. Não essa política que nos enoja e que é sinônimo de politicalha, mas sim uma política que visa o bem estar de todos.

 Parafraseando Rubem Alves:

  “Nosso futuro depende da luta entre políticos por vocação e políticos por profi$$ão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com eles". Eu desde muito cedo gosto de política, da boa política, e estou nela muito por idealismo e por acreditar que tenho qualificação para tal".
 "Amo a minha vocação, que é ser professor. Lecionar é uma vocação bela e fraca. O professor tem amor, mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um professor forte: ele tem o poder de transformar aulas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade”.


Peço apenas que procure conhecer melhor o que defendo: www.cassiomoreira.com.br

Se gostar, peço que me ajude a fazer com que mais pessoas conheçam nossas propostas e espero poder contar com o teu voto nessa batalha.

Nossas campanhas sempre foram com poucos recursos, mas sempre com criatividade, humildade e determinação!

Obrigado,
Ass.: Prof. Cássio Moreira:
www.cassiomoreira.com.br

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