quarta-feira, 25 de julho de 2012

Afinal, o que querem as mulheres do século XXI?


Por Cássio Moreira

Geralmente quando escrevo, comento sobre economia ou política, infelizmente um assunto chato para a maioria das pessoas. Entretanto, como o espaço do site me permite escrever sobre cultura geral, nada mais “cultural” do que o comportamento humano. No artigo anterior falei sobre Pasqualini e que o mundo gira cada vez mais em função do “eu” e não mais do “nós”, fazendo as pessoas, de modo geral, buscarem relacionamentos fast-food: prontos e descartáveis. Isso fez com que eu me questionasse, por que as mulheres de hoje procuram relacionamentos sérios e não os encontram... Dessa vez resolvi escrever o ponto de vista das mulheres, pelo menos o que eu penso que elas querem. Num próximo, escrevo o ponto de vista dos homens.

Certa vez li em algum lugar algo mais ou menos assim: “que muitos de nós, homens, poderíamos pensar que basta o cara ser rico, forte e alto; e pronto. Poderíamos, inclusive, levá-las a restaurantes caros, comprar um new civic ou um carro importado e ir à academia todos os dias (bom, quanto ir academia acredito que, se não limitarmos o uso dos nossos cérebros para isso, nos fará muito bem), mas ainda não é isso que elas querem para ter algo sério conosco”. Verdade que tudo isso ajuda, mas como diz um ditado popular: beleza atrai sim, mas, com certeza, não mantém.

Então, afinal, o que querem as mulheres do século XXI? O mesmo que as mulheres do século XIII, XIX e XX. Atitude meus amigos. O que elas esperam realmente de um Homem, com H maiúsculo e dourado, é ATITUDE. Ser um cara, que seja leal a ela, o melhor amigo e o melhor amante. Que seja justo com os outros e consigo mesmo. Que tome partido, mesmo que seja pra saber qual restaurante levá-la ou a qual filme assistir. Que sempre chame a responsabilidade pra si e que, de saldo, ajude a resolver os problemas dela. Ela quer que tenhamos atitude de homem e não de menino. Quer que sejamos gentis, mas sem jamais perder a firmeza. Dar valor às pessoas, a família, mas antes de tudo, valorizá-las. Quer que demonstremos que ela é a mais linda, e que somos homens o suficiente, e merecedores, para tê-las. Mulheres adoram saber que temos orgulho de tê-las como nossas namoradas. Gosta de cara com opinião própria, mas que nem por isso saia brigando ou agredindo alguém. Muitas vezes elas podem gritar numa discussão, mas se nos fizermos o mesmo, meus amigos, elas nos acharam grossos. Coitados dos que agridem uma mulher, não sabem eles que agridem a sua masculinidade com isso. Não é brigando na rua ou no trânsito que impressionaremos esses seres tão exigentes...

Claro que não poderia esquecer: dar muito prazer e/ou segurança a elas, com doses de bom-humor (na hora certa). Use e abuse dos cheiros e das palavras, mulheres são muito olfativas a auditivas e sempre finalize com um abraço forte e protetor. Se eu pudesse resumir em quatro palavras diria: proteção, conforto, uma boa conversa e química são os ingredientes certos. Mas não se esqueça que uma boa parte das mulheres, como diria Merlyn Monroe, são egoístas, impacientes e um pouco inseguras. Cometem erros, um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se não soubermos lidar com o pior delas, (ainda mais naqueles dias), então com certeza, não mereceremos o seu melhor! Mulheres... Geralmente começam como virgens impassíveis e misteriosas, mas se tornam invencíveis na escuridão! Depois ambicionam o mar, e navegam infinitamente sem fronteiras pela nossa imaginação.

Árduo desafio para todos nós... 

Cássio Moreira é economista, doutor em Economia do Desenvolvimento (UFRGS) e professor do IFRS – Câmpus Porto Alegre. www.cassiomoreira.com.br

PSB e o projeto de nação em construção

Por Cássio Moreira

 Em artigo anterior escrevi (http://sul21.com.br/jornal/2012/06/o-nacionalismo-economico-da-era-vargas-e-o-governo-lula-dilma-rousseff-retomada-de-um-projeto/) que o PT é o maior partido trabalhista do Brasil e o herdeiro político do velho PTB. O PT com a eleição de Lula em 2002 assume o governo com um projeto político de se perpetuar no poder pelo menos por 20 anos. Os dois mandatos de Lula mais os dois possíveis mandatos de Dilma já somam 16 anos. O que abre a pergunta de qual seria o candidato do PT para 2018?

Caso em 2014 seja o presidente Lula o candidato, existiria a possibilidade de Dilma voltar depois ou o próprio Lula tentar nova reeleiçao, algo improvavel em virtude do avançado de sua idade. Caso Dilma se reeleja, quem seria o candidato do PT para 2018? Postulantes surgem nesse cenário dinâmico. O PT tem alguns nomes de projeçao nacional. Tarso, Maria do Rosario, Jaques Wagner, o proprio Hadaad ou ate mesmo Mantega caso se eleja governador de SP em 2014. Outros nomes surgem nesse cenário longincuo. O PCdoB trabalha no projeto Manuela governadora 2018-presidenta 2022 ou antes. Contudo o grande nome que surge é de Eduardo Campos do PSB para 2018. Para isso, acredito que é extremamente importante o crescimento do PSB nessas eleiçoes de 2012, para assim, desbancar o PMDB do posto de vice. Acredito que seja um erro estratégico se lançar candidato em 2014, e sim, ter Eduardo Campos como candidato a vice-presidente.

O PT vive, assim como os demais partidos, um problema de renovação de quadros e o fato de ser governo traz ao partido uma tendência de ir perdendo espaço no campo eleitoral. Seria muito bom, inclusive para o próprio PT, que surgissem forças políticas consistentes à sua esquerda. Infelizmente, as alternativas existentes ainda não conseguiram superar o pragmatismo, a falta de um projeto consistente e viável à esquerda (baseado na doutrina trabalhista, pois esse é o único projeto verdadeiramente de esquerda dentro do espectro capitalista) e a obsessão em eleger o PT como principal adversário.

 O PSB pode e deve ser essa alternativa. Mas pra isso não deve ser uma alternativa ao PT, ou antipetista, e sim uma alternativa de esquerda e não ao PT. Devemos crescer ao lado do PT e aos poucos e de forma natural seremos a continuação desse projeto trabalhista em curso, com fortalecimento do estado, da distribuição de renda e avançarmos para as reformas de base. Iniciado com Vargas, a tentativa de aprofundamento com Goulart do PTB antigo, resgatado e retomado com Lula-Dilma do PT.

 O grande cuidado que devemos ter, e o risco ainda não tem mensuração, é a aproximação do PSB com o PSD, e com uma possível fusão entre as duas siglas surgindo então o Partido Social Brasileiro mas continuando com a sigla PSB. Se por uma lado essa fusão tornaria o PSB a maior bancada na câmara federal e um dos maiores partidos do Brasil, por outro lado poderia levar o PSB a se tornar um partido de centro-direita e de oposição ao PT e ao projeto trabalhista.

Nosso antidodo é a construção de um projeto solido de esquerda para nos afastarmos no proselitismo eleitoral e do cretinismo parlamentar tão comum aos partidos de direita, para isso nossos quadros precisam ler mais Alberto Pasqualini: http://sul21.com.br/jornal/2012/03/precisamos-ler-alberto-pasqualini/.

* Cássio Moreira é economista, doutor em Economia do Desenvolvimento (UFRGS) e professor do IFRS – Câmpus Porto Alegre. www.cassiomoreira.com.br